Os bilionários Elon Musk, dono da rede social X, e Peter Thiel, co-fundador do PayPal, teria sido alvos de uma operação do serviço secreto russo que teria se infiltrado em seu círculo próximo, chegando até a estabelecer contatos diretos entre Musk e Vladimir Putin. A informação foi revelada pelo ex-agente especial do FBI, Jonathan Buma, em entrevista exclusiva ao site alemão ZDF. Isso explicaria a mudança de posicionamento em relação à Rússia por parte de Musk, já em 2022, influenciando seus milhares de seguidores na rede social.
Buma, que atuou 16 anos no FBI com foco em espionagem russa, afirmou que os agentes russos se aproximaram a partir de empresas de bilionários do setor tecnológico na Califórnia, que incluem as de Musk e do co-fundador do PayPal, Peter Thiel. Segundo Buma, a operação russa tinha como objetivo influenciar Musk para benefício da guerra na Ucrânia. A operação teria aproveitado o estilo de vida de Musk, que inclui uso de drogas, relacionamentos promíscuos e envolvimento em festas excêntricas.
O ex-agente destacou que os enviados russos que tentaram contato com Musk e Thiel tinham ligação direta com Putin, o que indica que o presidente russo estaria pessoalmente a par e aprovava a ação. Buma afirmou ainda que Musk e Putin teriam mantido contato direto, possivelmente em múltiplas ocasiões, informação que já teria sido publicada pelo “Wall Street Journal” em 2024.
Sucesso da operação
Em 2022, Musk mudou sua postura em relação à guerra na Ucrânia. Inicialmente, apoiava o país com seus satélites, mas depois passou a criticar o envio de mais ajuda à Ucrânia, adotando posicionamentos alinhadas às demandas russas, que ele comunicava a seus mais de 600 milhões de seguidores na plataforma X, de sua propriedade.
Em 2025, Musk também se envolveu no debate eleitoral alemão, chegando a recomendar voto para a AfD, partido pró-Rússia.
Pouco antes da entrevista ao ZDF, Jonathan Buma foi detido sob a acusação de tentar transmitir informações secretas sobre operações de contraespionagem do FBI a jornalistas. Ele foi liberado mediante fiança, mas teve restrições de movimento impostas.
Até o momento, Elon Musk não comentou publicamente as alegações apresentadas no site alemão.
A reportagem completa e as evidências podem ser vistas na documentário “Putins Helfer – Trump, Musk und der Kreml”, exibido pelo ZDF em 13 de maio de 2025.
Alertas que se confirmam
Há alguns meses, o Instituto Estudos Nacionais (EN) publicou uma matéria sobre como o Kremlin influenciou Donald Trump durante a Guerra Fria, transformando-o num agente a serviço dos interesses soviéticos nos EUA, a exemplo de diversos outros expoentes da classe dos bilionários norte-americanos. O EN já publicou recentemente a natureza anticatólica da Rússia atual, o que frustra certas esperanças de parte da direita de que o Kremlin poderia estar agindo em favor de agendas conservadoras verdadeiramente cristãs e católicas.
Também publicamos um alertar assustador sobre o silêncio de grande parte da direita brasileira e mundial sobre o tema da Rússia e as razões disso.
Temos alertado sobre a crescente influência russa na direita mundial, começando pela Europa, por meio de partidos como o AfD, chegando ao nível do governo norte-americano, a partir de Peter Thiel, financiador e apoiador do vice de Trump, D J Vance. Para além do âmbito político partidário e ideológico, o papel de celebridades como Musk está na transmissão e formação de opinião para seduzir boa parte da direita mundial, o que tem experimentado grandes avanços na direita brasileira.
No Brasil, movimentos pró-russos declarados como o Nova Resistência, já circulam tanto na esquerda quanto na direita, tendo realizado reuniões e lives com expoentes da direita política, como o youtuber Kim Paim, entre outros. Recentemente, o canal Quinto Elemento, ligado a alunos do filósofo Olavo de Carvalho (responsável por expor a ideologia nefasta de Aleksandr Dugin), vêm demonstrando clara preferência silenciosa pela direita russófila, incluindo a viagem pouco explicada de um de seus parceiros a Moscou. O fato ficou ainda mais suspeito após uma reportagem da revista Crusoé em que um jornalista revela a existência de uma rede de pagamento de jornalistas no Brasil e na Argentina para disseminarem posições favoráveis ao regime de Putin.
Entre conservadores, essa influência russa se dá pela oposição ao globalismo, que seduz uma parcela considerável de direitistas que se veem órfãos de lideranças e opinadores favoráveis, assim como de um governo nacional que os abrigue e dê esperanças contra a esquerda. A Rússia de Putin, no entanto, possui uma plataforma ideológica sofisticada que permite a associação tanto com movimentos de direita quanto de esquerda, resgatando o ideário das chamadas ideologias de terceira posição.
A influência dos agentes russos em celebridades e empresários ocidentais é uma constante histórica do século XX, especialmente iniciada durante o período da Guerra Fria. Esse tipo de operação, no entanto, não terminou com o suposto fim da polaridade entre EUA e URSS, tampouco com o premeditado fim do regime soviético, que na verdade se espalhou pelo mundo dando origem ao que chamamos de globalismo através da justificativa da globalização.