Curso Jornalismo Independente

O curso Jornalismo Independente está disponível para os assinantes do Observatório Online de Opinião Pública, ambiente virtual que funciona em um grupo do Telegram para estudos avançados em mídia e opinião pública. A iniciativa, fundada por Cristian Derosa, carrega a missão de levar o conhecimento sobre a estrutura social vigente para os novos comunicadores, oferecendo uma gama de cursos e formações em vídeo e áudio.

O curso Jornalismo Independente aconteceu em aulas ao vivo, que estão disponíveis para serem assistidas, e contaram com a participação de alunos por meio do chat de vídeo da plataforma.

O curso tratou da estrutura básica do texto jornalístico até os princípios éticos e morais da atividade, bem como a distinção entre os autointitulados jornalismos independentes, a grande mídia e as mídias digitais que buscam uma resistência informativa na internet e redes sociais.

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O que é jornalismo independente hoje

De maneira geral, a principal diferença entre o jornalismo independente e o praticado por grandes grupos de comunicação é a questão da independência editorial e financeira.

 O jornalismo independente é produzido por profissionais que não estão ligados a grandes grupos de comunicação ou empresas, e que muitas vezes financiam seu próprio trabalho ou são financiados por seus próprios leitores. Esses jornalistas têm mais liberdade para escolher os temas que vão cobrir, como vão cobri-los e o ponto de vista a ser adotado, sem estar submetidos a interesses de uma empresa, de governos ou outras instituições que possam influenciar a linha editorial por motivos diversos.

Já o jornalismo praticado por grandes grupos de comunicação, muitas vezes está sujeito a pressões políticas, comerciais e de interesses corporativos ou ideológicos. Essas empresas possuem suas próprias políticas editoriais, que muitas vezes são influenciadas por interesses advindos das escolhas empresariais e seus parceiros, sejam políticos ou ideológicos. Os jornalistas que trabalham nesses grupos muitas vezes estão sujeitos a essas políticas editoriais e podem ter sua liberdade limitada para escolher os temas que vão cobrir ou a forma como vão cobri-los.

Atualmente, o termo jornalismo independente também é utilizado para se referir a jornalistas financiados por grandes grupos não ligados a empresas de comunicação especificamente, mas a organizações não-governamentais, em geral financiadas por grandes grupos financeiros que possuem pautas e agendas muito específicas. Este tipo de jornalismo não é exatamente independente, uma vez que depende de uma ampla política editorial espalhada por diversas agências financiadas pelo mesmos grupos. 

É comum ouvirmos a justificativa de que o financiamento externo do jornalismo independente não significa necessariamente um poder de influência sobre o viés de suas pautas. No entanto, a própria definição de jornalismo independente desmente essa alegação, uma vez que se considera “independente” devido ao fato da atividade não estar vinculada à dependência econômica de grupos empresariais. Isso já indica que a própria justificativa para a crença na imparcialidade dessas agências de jornalismo dito independente leva em consideração a necessidade de buscar financiamentos que não carreguem a possibilidade dessa relação.

Na verdade, a única diferença se dá pelo fato de que o controle editorial, em uma empresa, é direto e físico, já que o editor-chefe está diretamente submetido aos diretores da empresa. No jornalismo independente financiado por entidades não-governamentais, esse controle se dá de maneira mais indireta, já que os financiadores do trabalho não estão em todas as redações interferindo nas pautas. Mas como a maioria dos financiamentos de jornalismo independente funcionam por meio de projetos com durações longas, mas limitadas, as agências ou redações ditas independentes podem não ter seu contrato de financiamento renovados se o seu conteúdo não agradar ou não coincidir com as pautas e crenças daquelas entidades.

Além disso, embora o presidente da entidade ou fundação internacional não esteja diretamente na redação para efetuar o controle das pautas, é óbvio que essas agências de jornalismo independente ou ONGs possuem diretores e coordenadores responsáveis bastante interessados na manutenção dos recursos. Na verdade, diferente de uma redação de grande jornal, nas ONG, essa independência relativa do jornalista ou repórter é justamente a razão para que ele mesmo seja vigilante da sua pauta, por ser o mais interessado em receber o pagamento por um trabalho do qual pode ser desligado a qualquer momento, sem direitos trabalhistas.

Autor

  • Cristian Derosa

    Jornalista, mestre em Fundamentos do Jornalismo (UFSC), escritor e autor de 4 livros sobre comunicação social e jornalismo. Co-fundador e editor do site Estudos Nacionais desde 2016.

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