Em mais uma afirmação contundente que busca demonstrar a radicalização do regime de Putin, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev falou sobre os reais interesses da Rússia nas conversações em Istambul: “não queremos um compromisso pela paz… queremos a vitória completa e a destruição do regime de Kyiv”, disse.
O comentário foi feito em referência ao memorando entregue pelos negociadores russos, que continha uma lista de exigências russas para um cessar-fogo na Ucrânia. Entre essas exigências estavam:
1- A retirada ucraniana da totalidade das 4 regiões que a Rússia está invadindo, incluindo as áreas não ocupadas pelas forças russas;
2- A desmilitarização da Ucrânia, envolvendo a desmobilização do seu exército e a manutenção de uma pequena força para policiamento fronteiriço;
3- A queda do governo de Zelensky e novas eleições “coordenadas pela Rússia” no território ucraniano;
4- Alteração na constituição ucraniana para proibir o país de receber ajuda militar estrangeira, mesmo em caso de agressão.
Segundo os negociadores ucranianos, se a Ucrânia aceitar esses termos, eles aceitam “iniciar o processo negocial para um cessar-fogo”.
Dimitry Medvedev vem assumindo um tom cada vez mais radical desde o início da guerra da Ucrânia, em 2022. Como ex-presidente, ele mudou radicalmente de postura, já que costumava se encontrar com líderes mundiais globalistas sem reservas e prometer colaboração irrestrita. De repente, algo aconteceu.
Analistas apontam que essa mudança de rumo tem relação com um alerta para a elite russa, o alto escalão próximo a Putin, que deve acompanhar o tom do novo posicionamento global de radicalização. A transformação no discurso é uma nova fase após a conquista de uma parcela considerável de movimentos políticos pelo mundo, incluindo segmentos conservadores em diversos países ocidentais.