O ideólogo russo Alexander Dugin, conhecido como nome de crescente influência na direita europeia, norte-americana e até brasileira, celebrou em postagem do X o surgimento dos expoentes do movimento de Trump. Dugin disse em seu perfil na rede social de Musk:
“Vamos relembrar como tudo começou: Vance, Musk, Tucker Carlson, Steve Bannon, Peter Thiel, Candace Owens, Alex Jones, Pete Hegseth, Pam Bondi, Kash Patel, Tulsi Gubbard, JFK Jr., Karoline Leavitt e toda a equipe do MAGA + Right Tech trabalhando juntos. A cada dia, um novo mundo. Uma nova vitória”.
Os nomes citados por Dugin são de personalidades e políticos que vêm influenciando o debate e pendendo claramente para o lado russo, uma postura frequentemente confundida como conservadorismo. Retiradas as defesas contra a Rússia (chamadas de russofobia pelo Kremlin), a direita mundial vai sendo colonizada paulatinamente por um discurso antiocidental a partir do estratagema de confundir a civilização ocidental com o liberalismo a partir dos efeitos que em sua maioria foram gerados pela própria subversão soviética, via Escola de Frankfurt e outros movimentos claramente ligados ao comunismo soviético e às ideologias revolucionárias construídas por intelectuais orgânicos do sistema socialista global, matriz do que hoje se chama de globalismo.
O russo, que teve a ideologia exposta em debate pelo filósofo Olavo de Carvalho em 2011, vem crescendo sua influência entre círculos de desafetos do filósofo brasileiro, mas passou a exercer seu poder narrativo até mesmo entre alunos de Olavo desde antes da guerra na Ucrânia.
Recentemente, publicamos o perfil ideológico e espiritualista de Peter Thiel, principal financiador da campanha de Trump e mente por trás do vice D. J. Vance, ex-gay que se diz católico e é um entusiasta da defesa dos interesses do Kremlin na política internacional. Desde que Trump retornou ao cenário político, após ter sido derrotado no ano da pandemia, vem fazendo declarações que o aproximam de Putin. Na verdade, propostas como a anexação do Canadá, da Groenlândia e do Panamá, que soam como discurso meramente retórico de megalomania política, guardam grande associação com o sistema ideológico de Dugin, a Quarta Teoria Política, segundo a qual as nações teriam direitos sobre territórios históricos ou cultural e etnicamente similares, um discurso utilizado para legitimar o expansionismo russo imperial para reaver os territórios da antiga URSS.