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Marshall Rosenberg e a revolução linguística do politicamente correto

Cristian Derosa por Cristian Derosa
25/04/2018
em Cultura, Geral
22
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Há quase um século, a interação humana tem sido o foco de interesse e atuação dos engenheiros sociais

Tolerância, diálogo, empatia ou encontro, palavras que o leitor já deve estar enjoado de ouvir na mídia e por ativistas LGBT, movimentos de minorias étnicas, raciais ou sexuais, enfim, todo o mosaico de abstrações associadas a sujeitos inseridos no simbolismo marxista de classe, já esvaziado pela realidade da sua insuficiência política. Ernesto Laclau aprofundou a reflexão de outros teóricos marxistas, insights como os de Rosa Luxemburgo, sobre as possibilidades da unidade de classe por meio de uma intensa “conscientização” (propaganda) que se daria na adequação linguística. Retrocedendo no tempo, porém, podemos traçar uma cronologia invertida dos estudos que originaram a vigilância ou até censura linguística que hoje chamamos de politicamente correto.

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Prestou-se bem a estes objetivos os estudos de Antonio Gramsci, que propuseram um foco maior na construção de um imperativo categórico inserido na própria cultura burguesa. Mais tarde, na década de 1970, coube à diversidade de propostas revolucionárias ligadas aos costumes, como o caso do psicanalista David Cooper, em A morte da família, que propunha mudanças linguísticas e o esvaziamento das palavras, a começar pela família como estrutura de poder da burguesia. Ele se baseava na tese de que as palavras continham apenas duas dimensões: a histórica (história do uso das expressões) e intenção do interlocutor. Sendo assim, a dimensão histórica seria apenas o percurso das intenções de quem desejava subjugar o próximo.

Mas Cooper não tirou do nada a sua revolução linguística. Tampouco a feminista contemporânea Judith Butler, em seus manuais de “performances” de gênero, retirou da cartola ou da própria cabeça a ideia de revolucionar a linguagem através da redefinição das palavras. Pouco antes de Cooper, durante a década de 1960, o psicólogo americano Marshall Rosenberg (1934-2015) criou a Comunicação Não Violenta (CNV), estrutura de sugestões linguísticas para arbitrar conflitos diplomáticos. Seu objetivo era unir a ética filosófica à linguagem interpessoal em busca de um ponto em comum para iniciar debates e aproximações sociais ou pessoais. A ideia da CNV era desarmar as pessoas de suas convicções, atenuando os choques de opinião, principalmente na área da política, em uma época marcada pela polarização e conflitos geopolíticos. O princípio da união, base da ideologia pacifista que ganhou reforço após a Segunda Guerra Mundial, tinha como alicerce a construção de uma verdadeira cultura do encontro ou cultura de paz que serviria de base para uma necessária cooperação internacional.

Após ter trabalhado e ser requisitado por diplomatas e chefes de estado para a intermediação de conflitos, o estudo de Rosenberg migrou da política para as relações humanas, o que ficou evidenciado em seu livro Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Rosenberg fez um enorme sucesso e foi elogiado por gurus da nova era como o indiano Deepak Chopra, que considerou seu livro uma verdadeira operação de abertura da consciência para o encontro entre as pessoas. Ainda hoje, Rosenberg é citado entre ativistas pela diversidade e tolerância, além de representar forte influência para projetos das comunidades LGBT, no Brasil, que devem ao psicólogo o uso de termos como “empatia”, abordagem empática e tolerância. O livro de Rosenberg começa com um agradecimento a um de seus mentores, o também psicólogo Carl Rogers, inspirador do CVV (Centro de Valorização da Vida) e herdeiro da chamada abordagem centrada na pessoa.

O personalismo

Descontentes com as correntes psicológicas praticadas na primeira metade do século XX, consideradas reducionistas, funcionalistas e mecanicistas, como o behaviorismo, Carl Rogers e os psicólogos personalistas criaram grupos de encontro psicoterapeuticos, utilizados como modelo até hoje pelo CVV. Seu estudo foi o resultado e aprofundamento de estudos anteriores, que começaram a perceber a insuficiência dos modelos anteriores de psicologia social.

A corrente personalista, que pode ser representada por autores como Max Scheller e Emmanuel Mounier, influenciou profundamente o pensamento cristão, a partir de abordagens influenciadas por ela como o humanismo integral, de Jacques Maritain. Essa linha foi uma das inspirações da corrente política Democracia Cristã e teve grande influência no pensamento do Papa São João Paulo II, bem como no Concílio Vaticano II.

Dinâmicas de grupo e a psicologia social

Retrocedendo ainda mais no tempo, vemos que a origem das abordagens interpessoais e linguísticas está na psicologia social, campo de estudo destinado a compreender a sociedade para controlá-la.

Todas essas propostas de interação pessoal e grupos psicoterapeuticos vieram da década de 1940, após os estudos de um dos mais renomados psicólogos quando o assunto era dinâmica de grupos: Kurt Lewin. Antes de Rogers, que centrava no autoconhecimento e autoanálise, Lewin já compreendia a influência da interação entre as pessoas, em seus estudos de psicologia social. Compreender essa interação era essencial para, de maneira técnica, influenciar nas mudanças culturais e políticas em longo prazo.

A psicologia social, até então, era vista de maneira muito simples, como uma questão de reação psicológica a sentimentos de ameaça. Lewin percebeu que a interação entre as pessoas pesava muito e começou a estudá-la. Para isso, criou grupos de controle e pesquisa, que se chamaram Dinâmicas de Grupo e serviam tanto para compreender a estrutura das relações humanas como para determiná-las. As dinâmicas passaram a ser usadas por empresas e governos que desejassem estabelecer um nível de controle e compreensão do processo social que envolvia aquelas relações.

Uma solução para o problema moral

Com a crescente secularização da sociedade, a ideia de pecado ou de freio às paixões e sentimentos ruins, cujas exigências se punham como condição para a vida eterna, migraram para o campo da ética instrumental e da sua necessidade para a boa convivência social. A sobrevivência e manutenção da sociedade passou a ser o maior e único problema a ser resolvido.

O que vemos hoje em matéria de reengenharia linguística faz parte de um longo processo de tentativa de controle e determinação do pensamento. Os sociólogos e filósofos que viam o crescimento da sociedade de massas como algo perigoso e incontrolável, desejaram reunir os meios para um controle seguro das paixões massivas. A psicologia social é resultado desse temor. O politicamente correto, a linguagem empática e tolerância, cujo principal inimigo é o chamado “discurso de ódio”, são instrumentos de domesticação das opiniões e controle das paixões humanas após a aparente derrocada do poder social das religiões.

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Cristian Derosa

Cristian Derosa

Jornalista e escritor. Mestre em Fundamentos do Jornalismo pela UFSC e autor dos livros: "A transformação social: como a mídia de massa se tornou uma máquina de propaganda"(2016), "Fake News: quando os jornais fingem fazer jornalismo"(2019) e "Fanáticos por poder: esquerda, globalistas, China e as reais ameaças além da pandemia" (2020). Cofundador e editor-chefe do site Estudos Nacionais e editor adjunto do jornal Brasil Sem Medo. Aluno de Olavo de Carvalho desde 2009.

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