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O ecossistema da censura que quer queimar livros no Brasil

Dizendo pesquisar o fenômeno da "extrema direita", observatórios buscam meios de criminalizar conservadores

Cristian Derosa por Cristian Derosa
29/08/2021
em Notícias
4
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No dia 28 de agosto, o site de esquerda The Intercept Brasil publicou uma extensa reportagem detalhando a estrutura editorial do que chamou de “extrema direita” no Brasil. A matéria era assinada por Juliana Sayuri, integrante de um grupo de jornalistas que vinha pesquisando com interesse o movimento conservador nas redes sociais. A matéria traz um tom de jornalismo investigativo, o que poderia soar inadequado quando se trata de publicação de livros. Com o título criativo de “Livros, canivetes e anjos: a lucrativa máquina de vendas que financia Olavo de Carvalho e outras dezenas de figuras da extrema direita”, a reportagem traz a foto do filósofo e traz detalhes sobre a estrutura e o funcionamento da editora Cedet, da Vide e Ecclesiae, responsável pela verdadeira revolução editorial no Brasil.

A matéria não acusa a editora de nenhum crime, resumindo-se a descreve-la. Mas o tom de denúncia é inegável, ainda mais quando consideramos as crenças do público leitor do Intercept, para quem o que chamam de “bolsonarismo” e “olavismo” são ideologias perversas e “antidemocráticas”. O objetivo é claramente oferecer uma base pretensamente fundamentada para a criação (isso mesmo!), criação de crimes inexistentes. Entusiasmados com a aprovação da nova Lei de Crimes contra o Estado Democrático de Direito, que buscou tipificar o até então inexistente “crime de fake news”, os influenciadores dos jornalistas censores (checadores) vão construindo elementos para possibilitar a criminalização. Veja como funciona.

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A matéria traz dados que nada têm de ilegais, mas em um tom investigativo e detalhista que induz o leitor a imaginar um esquema criminoso para fundamentar uma perseguição e censura com ares de investigação legítima para, dar elementos à caça às bruxas empreendida pelos Fact-Checkers.

Um trecho da matéria:

De um lado, o fenômeno editorial conservador (com a tradução de autores como Xavier Zubiri e Eric Voegelin, ambos no catálogo do Cedet) busca dar ares de fundamentação teórica para as mídias digitais bolsonaristas. De outro, o núcleo de influenciadores digitais de extrema direita ajuda a popularizar paulatinamente essas ideias, o que é visível, por exemplo, na difusão de memes com citações de livros indicados por eles.

A matéria simula uma separação entre um fenômeno editorial da chegada tardia de escritores e filósofos sonegados há décadas ao público brasileiro e um movimento de “influenciadores digitais”. O texto não menciona o termo “fake news” justamente para manter uma aparência conveniente de imparcialidade. Mas praticamente não é necessário. Seus divulgadores, nas redes sociais, encarregam-se de encaixar o texto, já delineado para isso, em suas cosmovisões persecutórias. É o “esquema” da venda de livros para “financiar as fake news”, segundo um desses “pesquisadores”.

Para a matéria, tanto a tradução, venda, distribuição, quanto a leitura de filósofos como Zubiri e Voegelin teriam, no fundo, o objetivo de fazer memes nas redes sociais para defender Bolsonaro e atacar jornalistas (E nós aqui acreditando que o Cedet estava preocupado com a cultura brasileira!). O cinismo é disfarçado de jornalismo investigativo em uma matéria que traz dados reais, endereços e informações importantes da empresa. Em dado momento, até mesmo o dinheiro ganho pelo filósofo Olavo de Carvalho com os livros da Vide é exposto. E a fonte da informação? Sua declaração de imposto de renda, informada no processo movido por Caetano Veloso, o qual tiveram acesso. Ou seja, mesmo um dinheiro declarado precisa ser mencionado para gerar desconfianças subliminares. 

O motivo de tantos detalhes fica disfarçado por essa aparência de objetividade, mas esconde objetivos bem mais perigosos, como fica claro quando observamos mais a fundo alguns grupos que estariam por trás deste tipo de investigação. Afinal, uma matéria que obedece a todos os requisitos do gênero investigativo falando sobre livros é porque o assunto é sério.

No mesmo dia da publicação da reportagem, recebi de uma de minhas fontes o link de um site chamado oedbrasil.com.br, o Observatório da Extrema Direita Brasil. Imediatamente passo a escrutiná-lo. Teria algo a ver com a matéria do Intercept? Trata-se de uma organização acadêmica, ligada ao Laboratório de História e Política Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). O site tem como parceiro, além da UFJF, a entidade chamada Direitas História e Memória, outro departamento acadêmico que afirma ser financiado com recursos de editais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ.

O site do Observatório da Extrema Direita traz em seu topo uma imagem de uma espécie de procissão de jovens, à noite, carregando tochas, uma estética que compreendemos rapidamente o objetivo. Com ares de academicismo e pesquisa científica, os textos e referências da OED claramente buscam retratar os movimentos conservadores como problemas ou fenômenos perigosos da modernidade, o retorno de um neofascismo que ameaça a democracia. Mas tudo numa linguagem acadêmica digna de um respeitável e desinteressado centro de estudos. Embora também não encontremos ali referências ao termo “fake news”, fica evidente o mesmo tratamento. Aliás, lembremos que os acadêmicos estudiosos do tema não gostam do termo fake news, o que consideram autocontraditório (afinal, ou é notícia ou é fake, dizem eles).

O OED teve início em junho de 2020, registrando o seu início em um Tweet de boas vindas fixado no perfil do grupo, dizendo que “passa a ser um grupo de pesquisa, consolidando as possibilidades de análises e observações sobre a Extrema direita global”. Respondendo a pergunta feita anteriormente, sim, o OED tem tudo a ver com a reportagem do Intercept. Vemos a matéria do Intercept compartilhada por um dos membros do grupo, o jornalista David Nemes, que comenta na própria postagem:

“Ontem, tuitei sobre a motivação financeira como sendo o fator mais importante para quem produz fake news. Hoje, a Juliana Sayuri publicou sua matéria no The Intercept Br sobre o esquema editorial Olavista que na verdade é uma máquina de fazer dinheiro”.

Ontem, tuitei sobre a motivação financeira como sendo o fator mais importante para quem produz fake news. Hoje, a @JulianaSayuri11 publicou sua matéria no @TheInterceptBr sobre o esquema editorial Olavista que na verdade é uma máquina de fazer dinheiro +https://t.co/Gr9qgy4cor

— David Nemer (@DavidNemer) August 28, 2021

Esta postagem, de um dos mais influentes membros desse grupo que investiga as vozes conservadoras, mostra o claro intuito dentro do qual deve ser enquadrada toda a reportagem de Sayuri. Para ele, a investigação sobre o Cedet se alinha à busca pela origem das fake news e ele é claro ao se referir ao trabalho da editora como um “esquema”. Todo o disfarce de objetividade da matéria do Intercept vai por água abaixo após a confissão de Nemer. Mas quem é Nemer?

Como é possível ver em seu site, David Nemer é professor assistente de estudos de mídia na Universidade da Virgínia (EUA). Seus interesses de pesquisa e ensino cobrem a interseção de Estudos de Ciência e Tecnologia (STS), Antropologia da Tecnologia, TIC para o Desenvolvimento (ICT4D) e Interação Humano-Computador (HCI). Nemer é um etnógrafo cujos trabalhos de campo incluem as favelas de Vitória, Brasil; Havana, Cuba; Guadalajara, México; e Eastern Kentucky, Appalachia. Nemer é autor dos livros Technology of the Oppressed (MIT Press, Forthcoming) e Favela Digital: The other side of technology (Editora GSA, 2013). Ele possui um Ph.D. em Computação, Cultura e Sociedade pela Universidade de Indiana. Nemer colabora para os veículos The Guardian, El País, The Huffington Post (HuffPost), Salon e… The Intercept.

Nemer participou de estudos bem alinhados à ideologia dos checadores, como “Polarization and Hate on Digital Platforms”, entre outros, que consideram um extremismo perigoso a defesa de direitos individuais como o de não entregar de bom grado o próprio corpo a experimentos genéticos da indústria farmacêutica. Namer foi utilizado como fonte científica em um artigo de Tatiana Dias, publicado no Intercept, que sustenta que “Crimes de ódio, pornografia infantil e neonazismo aumentam até 5.000% na pandemia, revelam dados inéditos sobre redes sociais”. A matéria relaciona neonazismo, pedofilia, ao bolsonarismo, mencionando perfis de Twitter que são contra o aborto, como exemplo deste perigo para a sociedade. Baseando-se no estudo de Nemer, Dias coloca no mesmo saco a pedofilia, o neonazismo e a opinião pró-vida, mencionando especialmente o caso do aborto da menina de 10 anos, no qual foi feito um procedimento de envenenamento salino no feto de seis meses que crescia no seu ventre, certamente para Dias um marco na história do humanitarismo. Para ela, quem foi contra o assassinato de um bebê perfeitamente viável, causando um trauma irreversível numa criança de 10 anos, é equiparável ao neonazismo e à difusão de crimes de internet como pornografia infantil. É a isso que chamam de “discurso de ódio”.

Em agosto, em um canal chamado Cyber Leviathan, Nemer proferiu a palestra intitulada “A infraestrutura humana da desinformação no WhatsApp bolsonarista”, o que deixa mais do que claro o seu alvo predileto: o bolsonarismo. Para ele, as frequentes críticas ou a descrença de internautas e cidadãos sobre a esquerda financeira e ao jornalismo dos gigantes da comunicação (poderíamos acrescentar a indústria farmacêutica) representam um dos maiores problemas da modernidade. 

Outro nome ligado ao OED é a jornalista Isabella Kalil, que coordena a entidade.

Apenas dois meses antes da publicação do artigo de Sayuri, no Intercept, Kalil publicou um artigo em inglês na revista Global Discourse, da Universidade de Bristol. O artigo, intitulado “Politics of fear in Brazil: Far-right conspiracy theories on COVID-19″ (isso mesmo, a direita é que está botando medo na população), pode ser lido neste link.

Na mesma época, Kalil publicou um resumo do seu artigo pelo Twitter, numa das tradicionais threads, que pode ser lida na íntegra aqui. Vejamos o que ela escreveu.

“Analisamos as narrativas mobilizadas por Bolsonaro e seus apoiadores, entre março e dezembro de 2020. Entre essas narrativas, se sobressai a mobilização do medo de uma “conspiração comunista”. Ao longo do tempo isso foi se alterando”.

Um dos traços mais característicos da narrativa pseudo-acadêmica desses agentes políticos é a dissuasão discursiva, que simula uma análise profunda, mas no fundo centra sua análise na superfície dos textos, alegações e discursos, sem mencionar nenhum elemento da realidade referente daquilo que eles já classificam antecipadamente como “teorias conspiratórias”. Um dos segredos dessa tática é justamente a facilidade de se provocar associações entre palavras que levem a interpretação de crimes, o que só pode ser feito por meio do que as palavras parecem, ou seja, a verossimilhança e os sentimentos associados a certos termos da opinião pública mais vulgar. Mas tudo acrescido do elemento de verniz acadêmico.

Ao longo do resumo, Kalil enumera uma série de “teorias conspiratórias”, como ceticismo sobre vacinas, críticas à China, críticas à esquerda e ao jornalismo partidário dos checadores. Tudo isso, segundo ela, faz parte de uma “campanha de medo”. É isso mesmo! Para ela, não são os jornais que contam mortes diárias e estampam fotos de cemitérios que tentam criar medo na população, mas aqueles que tentam libertar-se e libertar outros dessa paranoia mantida com o dinheiro da indústria farmacêutica (essa instituição de história ilibada). Curiosamente, o seu artigo parece buscar criar na opinião pública certo pânico de uma parcela das pessoas “perigosas” que insistem em defender que comerciantes possam trabalhar e que as famílias possam se encontrar.

Distorções como esta aparecem muito claramente em um outro trecho do resumo que Kalil apresenta:

“O artigo traz ainda uma discussão sobre neoliberalismo e negacionismo a partir da dicotomia saúde x economia. Como já escrevi em outro artigo, negacionismo não é apenas usar chapéu de papel alumínio. Qdo o “mercado” toma o lugar da “ciência”, isso é uma forma de negacionismo”.

Neste trecho fica muito clara a adesão a uma bandeira ideológica que se utiliza de um artifício de associação de palavras para acusar. Afinal, como já dissemos, não há a dicotomia entre saúde x economia e, sim, a entre as pessoas e as instituições. De um lado, o que ela considera a “saúde”, que na verdade é o discurso de entidades e comunidades médicas sobre a vida humana, está a mera autoridade das entidades científicas e políticas (como a OMS), cuja credibilidade é socialmente construída pelos próprios meios de comunicação que Kalil representa. De outro, o que ela chama pelo princípio genérico de “economia” ou “mercado”, nada mais é que a vida real e concreta das pessoas, suas necessidades diárias, como a do vendedor ambulante de churros (que me abordou no supermercado certa vez), que teve seu negócio completamente destruído pela “ciência” do lockdown, fazendo-o virar um pedinte. Para Kalil, essas pessoas são a opressiva “economia” ou “o capital”, enquanto que as recomendações de burocratas de Genebra sintetiza a mais excelsa razão científica e salvadora da humanidade. Nem mesmo o discurso marxista clássico ela foi capaz de aplicar à realidade, mas uma versão gourmetizada que recebeu de metacapitalistas que desejam, no final, empobrecer a sociedade para conquistar de volta a hegemonia discursiva. Kalil está obviamente do lado do capital e não da “saúde” das pessoas, mas tenta inverter essa relação por meio da força emotiva de um raciocínio metonímico. 

Ao final da thread de Kalil, a ativista e coordenadora do OED marca alguns nomes de perfis do Twitter, como @tesoureiros, @camarotedacpi, @desmentindobozo e @bolsoregrets, acrescentado a frase reveladora: 

“talvez interesse a CPI” (sic) 

Mesmo sem crase, o aviso de Kalil acaba confirmando a relação entre certos perfis de ativistas anti-bolsonaristas com a CPI da Covid, montada com intuito de atingir o presidente, seja diretamente ou através de sua base de apoiadores, o que obviamente inclui todo e qualquer jornalista independente que ouse criticar o establishment midiático-político de Brasília (e sua base no meio acadêmico).

O alerta que busca chamar integrantes da CPI para ler o seu libelo demonstra a clara intenção político-partidária para dizer o mínimo. O intuito é a caça, prisão e, se possível, eliminação completa de quaisquer questionamentos à “ciência” praticada por seus departamentos.

No fim, agradece a seus parceiros:

Esqueci de falar que não teríamos conseguido analisar todo esse material sem o esforço das agências de checagem. Consultamos o levantamento de várias agências e portais. No final acabamos nos concentrando nos levantamentos da @agencialupa @aosfatos e @Boatosorg 

A relação entre os checadores e sites como Intercept não é novidade. Como parte do ecossistema da censura, delineei em meu primeiro livro A Transformação Social e, depois de maneira mais esquemática, em Fanáticos por poder, a estrutura persuasiva que pode apresentar-se como conjunto de plataformas que vão das mais superficiais e retóricas até aquelas que buscam aparência científica e acadêmica. O mundo criado na mente de um mero repórter da Folha de S. Paulo ou da Lupa precisa contar com a fundamentação que nem sempre está na cabeça do próprio repórter, mas de seus editores, criadores de conteúdo e principalmente fontes consultadas. Assim, o jornalismo lacrador, partidário e financiado, avança em uma progressiva escalada de perseguição contra a pluralidade de vozes, inimiga mortal do monopólio de certas ideias. Dessa guerra depende a manutenção da paz social, segundo eles, uma tarefa que jornalistas e checadores se acreditam imbuídos e forjados para desempenhar. Uma verdadeira missão sagrada à qual se entregaram fanaticamente.

Para compreender a dissimulação linguística dos acadêmicos da censura, é preciso ver com os próprios olhos.

Nas palavras do próprio OED, 

“O Observatório da Extrema Direita (OED) é uma iniciativa de pesquisa dedicada a monitorar e analisar governos, partidos, movimentos e subculturas da direita radical e da extrema direita no Brasil e no mundo. Não se trata de um projeto de militância política. O Observatório da Extrema Direita é coordenado por quatro pesquisadores e professores universitários com o objetivo de produzir conhecimento acadêmico sobre o tema e informar a sociedade sobre a atuação da ultradireita no Brasil e no mundo. Daí o cuidado com o rigor teórico e metodológico, a linguagem, as fontes e até as terminologias para enquadrar organizações ultradireitistas.

O OED tem como propósito acompanhar e analisar a ascensão de governos, partidos, movimentos e subculturas da ultradireita (direita radical e extrema direita), a partir de uma perspectiva interdisciplinar, analisando a ultradireita da história aos dias atuais. OED é parte de um projeto mais amplo, um hub, cujo núcleo central é um grupo de estudos. Destina-se a avaliar a conjuntura internacional identificando e, quando possível, analisando fenômenos ligados à extrema direita e seus impactos sociais, políticos e culturais.

A ideia do projeto nasceu ao longo do ano 2019 para complementar uma disciplina lecionada pelo professor de Relações Internacionais, David Magalhães (PUCSP/FAAP), sobre a extrema direita global. A iniciativa se tornou então pública através de uma página no Twitter, contando com a colaboração do professor Guilherme Casarões (FGV). Após 3 meses, convidamos Odilon Caldeira Neto (UFJF) para atuar na coordenação do Observatório.

Em 2020, o Observatório da Extrema Direita foi formalizado como Grupo de Pesquisa junto ao Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), atuando junto ao Laboratório de História Política e Social (LAHPS) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). E em 2021, convidamos Isabela Kalil (FESPSP) para se juntar aos coordenadores do OED. O OED conta, atualmente, com pesquisadores de diversas instituições universitárias e de pesquisa do Brasil e do exterior.

Em seu primeiro parágrafo, o autor da descrição achou necessário informar que não se trataria de um projeto de militância política. No entanto, a linguagem entrega o seu objetivo: como, por exemplo, defesas da democracia, da religião, de direitos fundamentais e de limitação do poder (princípios do conservadorismo) poderiam constituir “radicalismo” e “extremismo”? Não seriam extremistas justamente os que querem perseguir os defensores desses princípios? Não há dúvidas de que tais termos buscam uma equiparação com doutrinas totalitárias como nazismo e fascismo, a fim de criminalizar uma parte do discurso político que não consideram legítima.

Qual o objetivo de todo esse levantamento? Certamente é o de construir os elementos para a invenção de mais um inquérito persecutório. Se antes era a vez do combate às fake news, quem sabe estejamos vendo a criação do inquérito dos fake books? E os nazistas somos nós.

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Cristian Derosa

Cristian Derosa

Jornalista e escritor. Mestre em Fundamentos do Jornalismo pela UFSC e autor dos livros: "A transformação social: como a mídia de massa se tornou uma máquina de propaganda"(2016), "Fake News: quando os jornais fingem fazer jornalismo"(2019) e "Fanáticos por poder: esquerda, globalistas, China e as reais ameaças além da pandemia" (2020). Cofundador e editor-chefe do site Estudos Nacionais e editor adjunto do jornal Brasil Sem Medo. Aluno de Olavo de Carvalho desde 2009.

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