Repercutindo desinformação internacional sobre o tratamento precoce, jornais brasileiros como a revista Época e vários outros, publicaram nesta segunda-feira (18), uma notícia falsa na qual afirmavam que o infectologista Didier Raoult, principal defensor da hidroxicloroquina, teria mudado de ideia e dito que o medicamento “não reduz mortes” por covid-19. No entanto, o próprio pesquisador foi a público, em seu twitter, e desmentiu a interpretação forçada por jornais como o Le Fígaro.
Em outro estudo, ainda foi concluído que o tratamento precoce com HCQ ou HCQ-AZ foi associado a um tempo significativamente mais curto para a recuperação clínica. Não houve diferenças significativas entre o HCQ sozinho e o HCQ-AZ. Não foi observada toxicidade cardíaca.”, ressaltou o jornal Brasil Sem Medo.
A notícia falsa publicada pela Época, dizia:
“Principal promotor da hidroxicloroquina como tratamento para a Covid-19, o médico e microbiologista francês Didier Raoult admitiu pela primeira vez que a substância não reduz a mortalidade ou agravamento da doença. O pesquisador fez a afirmação em uma carta publicada em 4 de janeiro no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França”, afirma o lead da notícia.
Na publicação, Didier e demais cientistas ressaltam a importância dos resultados clínicos para a verificação da eficácia da terapia com hidroxicloroquina. Os dados passaram por uma reanálise e foi concluído que “as necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão” – trecho que sugere uma possível mudança de entendimento.
Ocorre que o mesmo estudo conclui que os medicamentos foram responsáveis por diminuir o tempo de internação de infectados por Covid-19, o que nenhuma reportagem informou.
“A duração da hospitalização e a persistência viral foram significativamente mais curtas no grupo de pacientes tratados em comparação com o grupo de controle”, afirma o documento.
Após a repercussão da publicação do Le Fígaro, Didier desmentiu o caso em sua conta no Twitter, afirmando que os estudos feitos por ele e por outros cientistas levava à conclusão de que os medicamentos possuíam eficácia em prevenir óbitos.
“A eficácia do HCQ + AZ na redução da duração do transporte viral, demonstrada em nosso estudo IJAA, foi confirmada, com subsequente demonstração de eficácia na mortalidade. Nunca mudamos de ideia. Detalhes em nossa última revisão”, afirmou.
A afirmação do cientista também pode ser atestada em um outro estudo publicado no último dia 24 de dezembro. Intitulado de Natural history of COVID-19 and therapeutic options (História natural do Covid-19 e opções terapêuticas), Raoult é sua equipe traçam um histórico do coronavírus e reúnem estudos e pesquisas que comprovam a eficácia da cloroquina e hidroxicloroquina.
“No contexto de uma pandemia brutal e mortal (taxa de mortalidade global de aproximadamente 6% e até 18% em França), não foi realizado nenhum ensaio aleatório investigando o tratamento precoce versus o tratamento tardio. Guerin et al. relataram um estudo francês sobre o tratamento ambulatório de 88 pacientes com HCQ-AZ, HCQ e controlos [201]. O tratamento precoce com HCQ ou HCQ-AZ foi associado a um tempo significativamente mais curto para a recuperação clínica. Não houve diferenças significativas entre o HCQ sozinho e o HCQ-AZ. Não foi observada toxicidade cardíaca.”
Em outro trecho, o estudo destaca a boa resposta dos testes laboratoriais (in vitro) feitos com os medicamentos referidos.
“Desde que CQ/HCQ (Cloroquina e Hidroxicloroquina) possuem boas atividades imunomoduladoras, em particular propriedades anti-inflamatórias, O uso destes medicamentos no tratamento da COVID-19 foi também sugerido para eventualmente proteger os doentes da citocina tempestade que marca as formas mais severas da doença COVID-19”, complementa o documento.
Fonte: Brasil Sem Medo