Talvez você não tenha ideia, mas o que fizemos nesta última década, “nunca antes na história da humanidade”, foi visto igual. Explico. Antes de tudo, uma notinha inaugural.
Um hello aos leitores
Quero dar boas vindas ao ilustríssimo leitor dos Estudos Nacionais e desde já agradecer pela atenção a estas finas letras. Durante as quintas-feiras temos um encontro marcado nesta coluna. As minhas temáticas envolvem as estratégias e operações globalistas, a marcha totalitária do progresso tecnológico e análises de abordagens científicas que andam pipocando nos compêndios acadêmicos. Espero trazer ao público leitor os melhores textos fundamentados e articulados na realidade de tal maneira que possa ser útil.
Sendo assim, que o Nosso Senhor Jesus Cristo nos guie nessa jornada e que também nenhuma injustiça se cometa nesta coluna.
Um, dois, três e vamos
Já se correm quase dois anos que li o artigo “Trump e o Ocidente” escrito pelo nosso Ministro das Relações Exteriores do Brasil Ernesto Araújo. Esse artigo que mais parece uma obra de arte, discorre desde as guerras gregas do século V a.C. até a vitória de Donald Trump. Ernesto Araújo não apenas identifica a origem do que é ser ocidente como resgata o fio da história que nos conecta ao poeta grego Ésquilo de quem se ouviu a primeira vez a palavra pátria. No verso que dizia: – Eleutheroúte patrída! ( do grego: libertai a pátria!).
O Ministro está certo. O Ocidente que vemos agora em desconstrução esqueceu-se do espírito em que fora gerado. O espírito de união das cidades gregas contra um inimigo comum, os invasores persas; o espírito vivificado nas Ágoras que debatiam os prós e contra em unir-se com os demais povos de Hélade; o espírito que por meio do cristianismo reduziu o politeísmo a apenas um traquejo linguístico e passou a venerar o Deus Todo Poderoso que concede amor ao mundo e conduz a história da humanidade.
Ágoras virtuais e smartphones
Tal como na Grécia antiga, temos hoje também as nossas Ágoras – virtuais é verdade -, em que reunimos multidões ou personas em nossas lives e postagens deliberando sobre o que queremos da pátria. Nossos smartphones é tudo o que temos ligando nossas vontades ao poder de agir daqueles que nos representam.. Nas eleições presidenciais de 2018, segui madrugadas a dentro arrastando hashtags “BolsonaroPresidente”; “Bolsonaro2018” e “ForçaBolsonaro” com milhares de desconhecidos retuitando, curtindo e compartilhando frases, memes e vídeos. Meu companheiro, apenas o smartphone com sua “inteligência artificial”.
Sim, os smartphones abriram-nos um novo caminho para os debates virtuais. Abertos, nada seletos, onde a mentira não resiste a um único meme, e onde aquele que arroga ter o monopólio da verdade pode sucumbir em meio a conflagrações cruzadas de várias Ágoras. Não por acaso, vozes públicas do tipo João Dória, Rui Falcão e toda a extrema imprensa, têm por meta regulamentar o ambiente virtual. Não porque buscam a ordem, mas o controle social.
Libertai a Pátria!
Portanto, todo poder às Ágoras e aos Smartphones. Pois, mesmo que não estanquem o definhamento do ocidente vitimado pelo avanço do capital financista, pela truculência do aparato Estatal e pela mediocridade dos nossos representantes públicos; ainda podemos gritar: Eleutheroúte patrída! Foi assim, que Donald Trump chegou à Presidência dos Estados Unidos; Jair Messias Bolsonaro chegou ao Palácio da Alvorada; foi assim, que a Inglaterra abandonou a União Europeia. As Ágoras virtuais gritaram: Libertai a pátria!
Por isso, mais uma vez digo: todo poder às Ágoras e aos Smartphones.
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Essa semana fui convencido a participar de uma sessão de exercício físicos sobre a orientação de um personal trainer virtual. Entre abdominais e “tesourinhas” que o meu display me orientava, lembrei de George Orwell, no romance 1984, quando Winston Smith estava diante da teletela fazendo suas ginásticas laborais sob o comando de uma voz metálica. A vida imitando a arte.
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* Colunista colaborador dos Estudos Nacionais e editor do blog Teorítica