Talvez não haja nada nesse mundo que se assemelhe à dor dos pais diante do cadáver de seu filho.
Ano passado, no velório de meu sogro, vi sua mãe, já senhorinha, irrompendo lentamente na sala, como que carregando um universo de tristeza nos ombros. Na hora, todos paramos, silenciamos, baixamos as vistas. Seu sofrimento era contagiante. Só ali ficou mensurável o tamanho da perda, pois, só um pai ou uma mãe consegue exprimir, em seus contornos mais francos e realistas, a dor de uma morte.
Ademais, a morte de um filho é um absurdo na ordem das coisas. O filho é o prolongamento de seus pais no tempo, é aquilo que, em alguma medida, vai imortalizá-los na Terra. Quando morre o filho, morre, portanto, parte da humanidade dos pais.
Agora, há mortes e mortes. Pode ser que um pai idoso veja seu filho também velho, acamado de muitos anos, perder a vida para uma doença terminal. Pode ser, d...
Conteúdo exclusivo
Clique aqui e desfrute cursos, artigos e estudos exclusivos.
Apoie veículos independentes.
Se você já é assinante faça seu login abaixo: